31/12/14

30/12/14

05/11/14

04/11/14

03/11/14

Out of curiosity

David Lynch almoçou quase todos os dias no Bob's Big Boy em LA, durante oito anos.

A sua primeira longa-metragem chama-se Eraserhead, um bom filme para ver com a família num domingo à tarde.

O filme demorou cinco anos a ser terminado. Num corte entre duas cenas, a actriz que personifica Nancy envelhece 1 ano e meio.

Durante esse período Jack Nance manteve o mesmo penteado.




Nas cartas ao irmão Van Gogh disse ter encontrado o tom de amarelo que procurava há meses.

Nietzsche só reflectia caminhando.

Francis Bacon queimou todas as suas obras iniciais. Manteve até ao final uma obsessão com o secretismo.

O seu estudio era assim:




David Hockney expôs em iPads. Um dos seus frutíferos passatempos passava por enviar mensagens com pequenos desenhos aos seus amigos.




Depois do Salão de Paris rejeitar as obras submetidas, Manet, Cézanne, Gauguin, Renoir, Pissarro, entre outros, expuseram as suas obras conjuntamente no Salão dos rejeitados. Os visitantes dividiram-se entre o riso e o escárnio. A crítica foi destrutiva. Renoir mostrava preocupação: Pior que ser motivo de chacota é ser-se ignorado.

Na
campa
de
Bukowski
lê-se:
"Don't try"



Todas as obras de Kafka estão inacabadas.

Tanto ele como o Fernando Pessoa tinham o mesmo público-alvo: O baú.

A mulher de Kitaj morreu (aneurisma aos 47 anos) duas semanas antes da retrospectiva na Tate.

Kitaj culpou a crítica - que o rotulou de pseudo-intelectual e pretencioso - da morte de Sandra Fisher.

Seguiu-se o 'exílio' nos EUA e uma fase de loucas pinturas de vingança. Uma das quais tem o seguinte título:


'The Killer Critic Assassinated by his Widower, Even' (1997)




Basquiat começou por fazer graffitis nas paredes de NY sob o nome SAMO (Same old shit)

Dan Witz pintou cerca de quarenta minúsculos rouxinóis por Manhattan.

It seems difficult to believe now but when cops or supers caught me I never got in trouble. In fact, usually when they saw I was painting a hummingbird they'd let me finish. - D.W.



Tarkovsky passou um ano a filmar Stalker (1979) ou "um manual sobre como fazer um filme de ficção cientifica sem efeitos especiais". As gravações ficaram defeituosas e as cenas foram novamente filmadas de raiz.

Reza a lenda que o próprio realizador e outros membros da equipa viriam a morrer anos mais tarde com doenças originadas nas longas horas de rodagem em lugares tóxicos.








01/11/14

21/10/14



Praia da Poça. Calor seco, céu limpo. A água quente convidativa.

Estranho. Banhos quase em Novembro. 

Foi nesta praia que a minha Mãe e os seus irmãos passaram a infância, cinquenta anos antes.

Aqui.

Imagino-os a brincar na areia, a minha Avó atarefada e distante entre os planos do dia.

E agora eu. Na praia deles. Imaginando-os quando não existia. 

conta-corrente (2)


6 de Junho de 1969

Ainda o Diário do Sacramento. Como é que o coeur mis à nu pode ser uma sedução? se puséssemos por escrito tudo o que nos passa por dentro, seríamos monstruosos. Sou absolutamente incapaz de me "confessar" seja a quem for, nem sequer a mim próprio. Há dias, em conversa com o Ramos Rosa (estava a Regina) falou-se de psicanálise. Insurgi-me contra essa baixeza de um indivíduo pôr tudo ao léu. Regina disse. "Tens medo." Mas não é verdade. Se me não ponho nu na rua, não é por medo. Se não alivio em público os gases intestinais, não é por medo. É um problema de decência, de respeito por nós, de equilíbrio, de autodomínio. Aliviar, pela confissão, o que nos pesa, é que é fraqueza. Aguento enquanto posso. Com dificuldade, às vezes. Mas vou aguentando. Há instantes em que um pequeno toque, um breve impulso mais nos dissolve na loucura. Conheço esses instantes. E então penso: "Vais enlouquecer." Até hoje, tenho ficado do lado de cá. Costumo dizer: do pescoço para baixo tenho tudo em saldo. Do pescoço para cima, tudo funciona bem. Isto o disse, aliás, ao D., que em certa entrevista admitiu que os problemas de "angústia" eram para o psiquiatra. É que ele já esteve internado... Quase todos os que me acusam, aliás, passam a vida a caminho do psiquiatra com as suas obsessõezinhas debaixo do braço. Possivelmente a arte tem sido para mim a grande catarse destas coisas. Antes de escrever Manhã Submersa sonhava muito com o seminário, com o desejo e impossibilidade de sair dele. Nunca mais sonhei. 

É boa. Sou contra a confissão e confessei-me. 


Virgílio Ferreira
conta corrente
Livraria Bertrand (1980)

20/10/14

17/10/14

04/10/14

02/10/14

Quando a ideia sai da gaveta

Há um ano decidi que queria fazer um jogo de tabuleiro


Comecei a trabalhar numa ideia que envolvia personagens com habilidades. Passado pouco tempo o Vasco fala-me de um jogo que concretizava a minha ideia. Enfiei a ideia na gaveta e deixei-a repousar junto das outras.

Passado um ano abri a gaveta e encontrei o meu jogo.

Por norma as personagens são atribuídas no início mas e se as acções do jogador definissem a sua personagem e não ao contrário?

Mãos à obra.

Existem duas correntes tradicionais a nível de design de jogos. A corrente Americana (top-down) parte da temática para a mecânica, a Alemã (bottom-up) foca-se na mecânica e depois no tema.

A abordagem bottom-up pareceu-me mais eficiente para amadores. 

Inicialmente o mais complicado foi encontrar um sistema de recursos original e equilibrado. Uma vez estabelecido, comecei a trabalhar no esqueleto da dinâmica do jogo.

No último ano estudei métodos de criação de jogos, assim como artigos de alguns criadores e
game developers. Todos frisam dois pontos-chave.
  • Parte do simples para o complexo. Começa com o modelo-base a partir daí acrescenta complexidade.
  • Não esperes ter sucesso com o teu primeiro jogo.
Falhei no primeiro e discordei no segundo.

Acrescentei um mundo de complexidade ao jogo sem sequer me aperceber disso. Quando passámos à fase de teste percebi que era uma dor de cabeça acompanhar tanta informação em simultâneo.

Da teoria à prática, um exercício que escasseia.

Com o segundo ponto não posso concordar porque não existem regras universais sobre o que funciona ou não. Também é mais difícil trabalhar numa ideia condenada ao fracasso.

Fast-forward. Tinha a base do jogo. Falei da ideia a dois dos meus melhores amigos – o Miguel e o Diogo - com os quais jogo desde que tenho 12 anos. O entusiasmo deles foi uma surpresa e uma dádiva.

Interessaram-se tanto pelo projecto que agora fazem parte dele. Sem eles este texto não seria escrito.

Houve um período de brainstorm intenso, onde afloraram milhares de ideias. Brotava um entusiasmo contagiante. A nossa melhor decisão foi construir o protótipo e passar rapidamente à fase de testes. 

É onde estamos agora.

O processo está a ser tão divertido que as horas investidas são lazer e não trabalho. Temos uma excelente dinâmica de equipa: A facilidade no relacionamento permite-nos ir ao essencial sem medo de ferir susceptibilidades. Cada um traz diferentes mais valias à mesa.


Não se joga sem objectivos. 

E o nosso é que esta ideia não volte à gaveta.

Fica melhor na prateleira.

28/09/14

15/09/14






Os navios


Da Imaginação até ao Papel. É uma difícil passagem, é um perigoso mar. A distância parece curta à primeira vista, e embora seja assim quão longa viagem é, e quão prejudicial por vezes para os navios que a empreendem.

O primeiro prejuízo provém da natureza assaz frágil das mercadorias que os navios transportam. Nos mercados da Imaginação a maior parte das coisas e as melhores são fabricadas de vidros finos e de cerâmicas transparentes, e com todo o cuidado do mundo muitas se partem no caminho, e muitas se partem quando as desembarcam para terra. E todo o prejuízo deste género é sem remédio, porque é impensável que o navio volte atrás para recolher coisas da mesma forma. Não há hipótese de encontrar a mesma loja que as vendia. Os mercados da Imaginação têm lojas grandes e luxuosas mas não de duração longa. As suas transacções são curtas, arrematam as suas mercadorias rapidamente e liquidam de seguida. É muito raro para um navio voltar e encontrar os mesmos exportadores com os mesmos géneros.

Um outro prejuízo provém da capacidade dos navios. Partem dos portos dos continentes prósperos sobrecarregados, e depois quando se encontrarem no alto mar vêem-se obrigados a deitar fora parte da carga para salvar o todo. De tal modo que quase nenhum navio consegue levar completos tantos tesouros quantos recolheu. As coisas despejadas são obviamente os géneros de menor valia, mas por vezes acontece que os marinheiros, na sua grande pressa, cometem erros e deitam ao mar objectos preciosos.

Mal chegam ao porto branco do papel e são precisos outros sacrifícios de novo. Vêm os oficiais da alfândega e examinam um género e pensam se devem permitir o desembarque; recusam deixar que se descarregue um outro género; e de certas tralhas apenas aceitam pequena quantidade. O lugar tem as suas leis. Nem todas as mercadorias têm a entrada livre e é estritamente proibido o contrabando. A importação de vinhos é impedida porque os continentes de que vêm os navios fazem vinhos e álcoois de uvas que crescem e amadurecem a temperatura mais generosa. Os oficiais da alfândega não querem para nada estas bebidas. São demasiado embriagadoras. Não são propícias para quaisquer cabeças. Para além disso existe uma companhia no lugar que tem o monopólio dos vinhos. Fabrica líquidos que têm a cor do vinho e o sabor da água, e deles se pode beber o dia inteiro sem que subam à cabeça. É uma velha companhia. Goza de grande reputação, e as suas acções estão sempre sobrevalorizadas.

Devemos, porém, ficar satisfeitos quando os navios entram no porto mesmo que seja com todos estes sacrifícios. Porque ao fim de contas com vigia e com muito cuidado limita-se o número dos recipientes partidos e atirados ao mar durante a viagem. Também, as leis do lugar e as normas alfandegárias são tirânicas em grande medida mas não de todo proibitivas, e grande parte da carga desembarca-se. Nem os oficiais da alfândega são infalíveis, e alguns dos géneros impedidos passam dentro de caixas fraudulentas em que se escreve uma coisa por fora e por dentro se tem outra, e importam-se alguns bons vinhos para banquetes excelentes.

Triste, triste é outra coisa. É quando passam alguns navios enormes, com joalharias de coral e mastros de ébano, com grandes bandeiras desfraldadas brancas e vermelhas, cheios de tesouros, que nem sequer se aproximam do porto quer por todos os géneros que levam serem proibidos, quer por o porto não ter bastante profundidade para os acolher. E seguem o seu caminho. Vão de vento em popa sobre as suas velas de seda, o sol fulgura na sua figura de proa em ouro, e afastam-se tranquila e majestosamente, afastam-se para sempre de nós e do nosso porto constrito.


Felizmente são muito raros estes navios. Apenas vemos dois, três durante a nossa vida inteira. E rapidamente os esquecemos. E depois de passarem alguns anos se algum dia — quando estamos inertes olhando a luz e ouvindo o silêncio — por acaso voltarem aos nossos ouvidos mentais algumas estrofes entusiásticas, de início não as reconhecemos e atormentamos a nossa memória para recordar onde as tínhamos ouvido antes. Dificilmente acorda a antiga memória e recordamos que estas estrofes são do cântico que salmodiavam os marinheiros, belos como heróis da Ilíada, quando passavam os grandes, os excelsos navios e avançavam indo — quem sabe para onde.

Konstandinos Kavafis
Poemas e prosas
Relógio D'Água (1994)

12/09/14

10/09/14


o mais perto que estive deste Verão

09/09/14

Tortura e obra-prima

Fomos à cinemateca. Sob o efeito. Iniciava-se um ciclo sobre o cinema Russo. Nasdróvia, pensámos. Chegamos. Uma inundação de gente de gala, fatos e vestidos, a respectiva pompa e circunstância. Eu e o Vasco os maltrapilhos do costume. Atacámos o vinho branco com alguma astúcia. Não deu para muito, o espectáculo começava. Entrámos. Sala cheia. Os únicos que ali estavam por acaso. Antes do baile havia cerimónia (de abertura): o embaixador Russo, a directora da Cinemateca e uma tradutora. O Russo discursa. Em Russo. Esboçamos o sorriso. Controlado. Vem a tradutora num português arranhado pelo sotaque Russo. Não! O riso aperta. Difícil disfarçar. Já não olho para o Vasco. Baixamos a cabeça. Aguenta. Respira fundo. Depois, a directora. É gaga. Não dá. Primeira gargalhada sonora ecoa pela sala. Sentimos os olhares embaraçados. A tradutora passa para Russo. Estamos neste momento em posições dignas de kamasutra. Eu choro, o vasco chora. Não conseguimos respirar. O processo recomeça. O Vasco não controla e ri-se tão alto que eu penso que temos que sair da sala. Os oradores hesitam. Olhos colados no chão, agachados e agarrados à barriga. Um sofrimento imenso. Saímos ou não? Aguentamos. Em convulsões na cadeira. Se ao menos tivéssemos ido para o fundo da sala...

Uma eternidade depois a conferência acaba. Um martírio. Estou prestes a desfalecer. Sem oxigénio no cérebro. Não trocamos um olhar há cerca de quinze minutos.

A luz apaga-se.

Finalmente suspiramos. O corpo já dorido. 

O filme começa.

Depois da tortura a obra-prima.

Quem diria.


06/09/14

02/09/14

O paradoxo do sofá


Existem dois tipos de pessoa: as que colocam capa no sofá e as que mantém a sua forma original. 

É paradoxal.

O sofá obriga a uma escolha: Longevidade ou usufruto. 

Uns asseguram a durabilidade, sem a deterioração natural do tempo, enquanto outros abdicam dessas qualidades em prol da forma original. 

Poder-se-ia ainda mencionar um terceiro espécime que usa capas mas que as retira em ocasiões especiais; mas como só há espaço para dois tipos de pessoa no mundo não vou entrar no domínio da especulação. 

Eu faço parte do segundo grupo. Mas por vezes olho para o meu sofá sujo e arranhado pelos gatos e lá me lembro do outro hemisfério. 

31/08/14

25/08/14

Serviço público

Como ávido explorador da selva cibernética várias são as vezes que saco da minha catana virtual e desbravo caminho à procura de filmes e documentários. Aqui ficam cinco atalhos por entre as ervas daninhas.


A vista


24/08/14

Alguns gostam de poesia

Alguns gostam de poesia.
Alguns –
quer dizer nem todos.
Nem a maioria de todos, mas a minoria.
Excluindo escolas, onde se deve
e os próprios poetas,
serão talvez dois em mil.

Gostam –
mas também se gosta de canja de massa,
gosta-se da lisonja e da cor azul,
gosta-se de um velho cachecol,
gosta-se de levar a sua avante,
gosta-se de fazer festas a um cão.

De poesia –
mas o que é a poesia?
Algumas respostas vagas
já foram dadas,
mas eu não sei e não sei, e a isto me agarro
como a um corrimão providencial.

Wislawa Szymborska
Instante
Relógio d'água

mar (II)




23/08/14

22/08/14

16/08/14

conta corrente

1-Fevereiro (sábado). Fiz cinquenta e três anos há dias. Como é óbvio, não acredito. Mas enfim, é a opinião do Registo Civil. Acabou-se, fiz cinquenta e três. É aliás uma idade inverosímil, a minha, desde os cinquenta. A "vergonha" da idade (que não tenho) deve vir daí. E então lembrei-me: e se eu tentasse uma vez mais o registo diário do que me foi afectando? Admiro os que o conseguiram, desde a juventude. Nunca fui capaz. Creio que por pudor, digamos, falta de coragem. Um romance é um biombo: a gente despe-se por detrás. Isto não. Mesmo que não falemos de nós (é-me difícil falar de mim). Aliás como os outros, desconheço-me. Talvez, também porque me evito. A verdade é que, quando me encontro bem pela frente, reconheço-me intragável. Mas enfim as virtudes são também desgostantes. De resto, sou pouco abonado. Segundo a Regina, as virtudes que tenho têm mesmo raízes viciosas: tolerância por fraqueza, interesse pela arte, por vaidade e coisas assim. Não digo que aconteça isso com todas as ditas virtudes; mas com algumas deve ser verdade. Chega. O meu "diário" está nas centenas de cartas aos meus amigos. Lembro as ao Lima de Freitas, L. Albuquerque, Costa Marques, Mário Sacramento, Eduardo Lourenço, alguns mais. Em todo o caso, essas mesmas, falsas. Excepto talvez quando sobre questões sérias. E ainda aí há quase sempre um disfarce ou o tempero do gracejo. Serei agora capaz? Tento. Seguro-me ao argumento de que me dá prazer ler os registos dos outros. Lêem-se sempre com curiosidade. Um motivo para insistir - satisfazer a curiosidade dos outros. Mas terei eu "outros"?

6-Fevereiro (quinta). Fui à Baixa. É-me quase uma aventura ir à Baixa. De qualquer modo, é um acontecimento - não sou da baixa, não sou mesmo da cidade, estou nela o mais possível dos arredores. Eu dizia, antes de vir para Lisboa, que traria a província comigo e me instalaria nela. (O Namora concordou com o meu dito a propósito do Aquilino.) Ilusão. Da província trouxe só o meu modo de estar na província, sem província para estar. O resultado é pouco cómodo. Sem convívio, chega-se a perder vocabulário. George de Sand, a propósito dos frades de Vale de Mosa, em Maiorca, dizia que a solidão estupidifica. Pois. A útil e verdadeira solidão é ser-se eu com. Não ser-se eu. Fui à Baixa. Conversei com Serafim Ferreira. Serafim Ferreira resiste-me dos amigos que me vão largando. Incapacidade minha de os segurar? Vivo aquém do ser natural e só aí eu sou natural e aproveitável. É aí que faço livros. Para além, na zona de convívio, um desastre. O que se passa onde faço os livros não é convivente. E raro, afinal, o quero convivente. A verdade de um artista não é quotidiana e o artista tem de sê-lo. Daí os desencontros. Trazer para o lado de cá o que é do outro lado, não. Não. Do lado de cá aprendi as regras do jogo. O Serafim. Firme. Por enquanto. Em epistolografia, aguento-me. É ainda o prolongamento daquilo onde funciono. De um a um, foram-se indo todos. Diz-me o Serafim que mesmo o Nelson de Matos. Óptimo. Concentrei-me em obstinação desde cedo - contra quase a vida toda que sempre me foi contra. Perfeitamente. Continuemos. Culpado eu - atenção. Exclusivamente. Creio-o a sério. Quase todos os que contactam comigo sofrem uma decepção. E decepcionado eu sempre com a decepção deles. Nada a fazer.

Virgílio Ferreira
conta corrente
Livraria Bertrand (1980)

15/08/14

14/08/14

12/08/14

11/08/14

10/08/14

 .